quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Amo-te Lisboa

Hoje levei-me até Lisboa e perdi-me pelas ruas. Vagueei por lá sozinha, mergulhada em toda a pena que sentia de mim própria, feliz com a minha melancolia. Comecei a minha hesitante saga a descer as escadas das freiras para correr atrás do amolador. Em Alfama enxotei um miudo sujo que saltava à minha volta enquanto lambuzava uma maçã, pendurando-se insistentemente no meu braço para que eu lhe tirasse uma foto. No entanto, o meu estado de espírito ditou que um dos locais a me perder fosse o largo de Santo Antoninho. Neste dia de sol gelado e vento, fui aquecida pela memória da noite dos santos. Fui-me embora. Fotografei aqui e ali, com o belo pretexto de um trabalho de mestrado para me imiscuir nos becos solitários que ninguém vê. Fui até às muralhas do castelo, pensando em entrar. Eu só queria sentar-me a ver os telhados e o rio, deixar a melancolia envolver-me prazenteiramente e o vento fazer-me gastar mais uns lenços de papel, no entanto, 5 euros só para a minha tristeza ter uma vista bonita não valia a pena. De qualquer modo, não eram sitios para turistas que procurava. O que procurava não encontrei. E sei que não vou encontrar, o que está perdido, perdido está.


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