domingo, 31 de janeiro de 2010

Ritinha

Tinhas dois, três anos e já me pedias para te pôr baton e tudo o mais que houvesse no estojo de maquilhagem. Não podia faltar nada. Eu tinha doze, treze anos e fazia-te alegremente a vontade, brincando contigo, olhando para ti como um misto de boneca e mana mais nova que nunca tive. Adorei-te nessa altura. Adorei-te anos mais tarde, quando ja eras um pouco mais crescida e te expliquei que tinha estado doente e que eu nunca ia poder ser mamã, ao que tu, muito aflita, asseguraste que querias ter um bebé para ser meu filho. Sei que me adoraste incondicionalmente, como eu te adoro quando te recordo. Adoro-te, apesar de não estar contigo e de saber que já és quase uma mulherzinha desconhecida para mim.
Tenho muitas saudades tuas.

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